Por que ler o Mangá?
Nota do autor, jamais se esqueça: Akira não é só um longa. Na verdade, há um mangá que abarca mais de 2000 páginas de quadrinhos. Katsuhiro Otomo era mangaká antes de dirigir animações, assim como Osamu Tezuka, ou seja, vá atrás de outros títulos do Katsuhiro Otomo que certamente você encontrará outro mangá legal.
O que você lê nessas 2000 e tantas página, leitor do céu, faz com que você pense: "como que eu nunca li isso antes? Como!?". E depois desse momento sabático a primeira coisa que você fará é indicar esse título aos coleguinhas. Quando menos imaginar, o senhor foi o início de uma corrente de centenas de pessoas sobre 'O quão importante é ler Akira!'.
Mas eu não conheço o Filme, quer dizer que não precisa assistir à Animação?
Não podemos discutir a qualidade da animação de Akira (oh, eterno prodígio!) e vale ressaltar que caso não tenha assistido, assista! O quanto antes, aliás, caso não possa assistir agora, faça uma anotação, cole na sua testa e dê um jeito de fazê-lo mais tarde.
Realmente, não há falhas no filme Akira. Contudo, se eu pudesse apontar um erro, seria o fato da história não ter acabado ali! Tetsuo morre? O governo descobre algo sobre quem estava por trás de tudo aquilo? O Japão entra em colapso? Ora, todas essas perguntas que ficam no ar são respondidas pelo mangá.
Meu conselho: Assista o filme e depois continue lendo o mangá. Vale a pena, sim. A trama vai ficando cada vez mais complexa e envolvente.
Capas da edição japonesa. Essas e outras também saíram nas edições ocidentais |
Akira no Brasil
Em meados de 1990, a editora Globo lança no formato americano os quadrinhos de Akira. É interessante escrever isso, uma vez que os quadrinhos japoneses não eram populares em terras tupiniquins, ou melhor, não havia nicho para esse material. Acho que dá pra contar nos dedos das mãos os títulos lançados entre 1985 e 1995! E dentre eles está Akira: gibi japonês, colorido pelo Tio Sam e distribuido no Brasil.
Confesso que não vivi esse momento, se bem que às vezes me pego pensando uma série de coisas em relação aos mangás e o público que os consumia. Primeiro, ir pra casa de um coleguinha e encontrar no meio das Marvels e D.C. um gibi oriental devia levantar algumas discussões; boas ou más, aí eu não sei. Segundo, entender o que era um mangá deviam ser outros quinhentos; a turminha comprava os quadrinhos e certamente não sabia diferenciar Comics de Gibi, Fumetti ou Mangá. Terceiro, o que vendeu os quadrinhos Akira com toda certeza foi o filme, ele deu vez aos quadrinhos.
Hoje em dia, esses gibis formatão americano são encontrados aos montes nos sebos da vida. Caso queira dar uma conferida no gibi do Akira, vá à caça que você encontra!
Anos depois sairam umas versões encadernadas bonitonas. Não sei quanto custam ou se é fácil de encontrar, pois não levantei nenhum dado. Contudo, tudo leva a crer que quem tem, não vende nem sob ameaça de morte.
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Atenção: A editora JBC está relançando Akira no formato original e em breve o digno leitor poderá encontrar um exemplar próximo de você.
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Finalizando com Ênfase!
Aqui não tem spoilers; escrevo textos opinativos, mas nunca trago spoilers ou qualquer detalhe do enredo. Como apontado no topo do texto, repito: Assista o anime e LEIA O MANGÁ! Aguarde pelo lançamento da JBC, procure os gibis coloridos da editora globo, leia online... Não importa! No final das contas fica a seu critério, mas leia o mangá. Acompanhe uma das melhores obras gráficas que você jamais leu e seja feliz!!
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Clovis de Castro escreveu o texto e teve por colaborador indireto Jordes Oliveira, obrigado nobre colega.