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DESPEDIDA AO MESTRE AKIRA TORIYAMA

sábado, 3 de dezembro de 2016

Akira, Um Pouco Sobre a Destopia Cyberpunk de Katsuhiro Otomo


Antes que me esqueça, esse texto é só a primeira parte de dois que compõem resenhas de Akira, estando nessa primeira parte uma breve análise de como Akira se introduz como sendo uma das melhores obras cyberpunks já criadas. O próximo texto será uma, ainda mais breve, comparação entre o longa animado e o mangá original.


Akira em um 'Mundo Polarizado'

Todos que assistiram ao filme sabem que 'Akira' foi um projeto desenvolvido secretamente pelo governo japonês na tentativa de criar uma super arma. O governo falhou, a cidade de Tokyo fora destruída, o Japão perde a Terceira Guerra Mundial e só então que Akira começa. 
A série está ambientada num cenário pós-terceira guerra em um mundo dividido em dois grandes blocos, o capitalista e o comunista, e mesmo com o fim da guerra nenhum desses blocos cedeu, logo, no 'presente' de Kaneda e Tetsuo ainda há um mundo polarizado. Creio que você já ouviu falar de algo do tipo; seja numa aula de história ou os seus pais devem ter te contado que de fato a geopolítica do nosso amado planeta terra num futuro não muito distante era semelhante ao de Akira.

"Às 14:17, no dia 6 de dezembro de 1992, um novo
tipo de bomba explodiu na região metropolitana do Japão"

Se analisarmos a época da publicação original de Akira e estudarmos o cenário geopolítico da época perceberemos que nada é por acaso. Havia, de fato, uma tensão entre os blocos capitalista e soviético e muita gente temia o surgimento de uma possível terceira guerra mundial. Se você que assim como eu não viveu nos anos '70 e '80 tem medo dos ataques da Coréia do Norte, imagina só viver constantemente amedrontado com  alguma investida militar de agentes da Europa Oriental ou o lançamento de um míssil capaz de matar todos nas Américas.
Akira foi criado numa época em que discutia-se bastante sobre o fim dos grandes blocos econômicos, mudanças nas relações políticas entre as nações e quebra de paradigmas sociais, como o apartheid etc.; começava-se a se disseminar às massas o que era desenvolvimento sustentável, proteção ao meio ambiente e em razão disso não é à toa que percebemos uma densa crítica à política e relações internacionais na trama de Katsuhiro Otomo.


Akira, a melhor destopia gráfica jamais feita!

Antes de adentrarmos ao tópico é bom deixarmos claro o que seja uma distopia.
Imaginemos que os avanços da sociedade pós-industrial não tornaram o ser humano melhor, mais saudável, sensível, pacífico, mas só limitou seu modo de pensar, agir, sentir e se relacionar com seus iguais (cada vez mais mecânica e artificial que outrora). Legal, partindo dessas premissas temos o surgimento de filmes, livros e quadrinhos que vislumbram o homem em meio a conflitos com a sociedade e contra si mesmos...


O termo cyberpunk não se confunde com destopia, embora estejam intrinsecamente ligados em certos momentos (Tetsuo, o homem de ferro; Neuromancer; Akira...). Por cyberpunk temos indivíduos socialmente marginalizados que são o núcleo do plot. Não necessariamente bandidos, sádicos, porém um... Punk, propriamente dito.
É, escrevi um monte de coisas sem sentido para explicar o que é uma distopia, e creio que não e saí bem nessa empresa, mas permita-me citar alguns exemplos de distopias:


Os 12 Macacos (Filme)

Esse talvez seja um dos filmes mais obscuros de Bruce Willis, mas do que ele trata: Viagem no tempo? Um vírus que dezima grande parcea da população mundial e obriga os sobreviventes à viverem no subsolo até que estes encontrem a cura e assim dominarem a superfície de novo?
Esse filme traz a temática viagem no tempo de forma mais séria e densa que outros filmes da época. Vale muito dar uma conferida nessa película que traz em seu elenco Brad Pitt no início de sua carreira

CURIOSIDADE: O pessoal responsável pela roteirização da história transformou o manuscrito original em um livro. Nele encontramos até imagens do filme.


Blade Runner (Filme)

Imagine que num futuro há seres bastante similares a humanos, mas que foram criados de forma artificial em laboratórios. Anos depois o governo começa a exterminar esses para-humanos (chamados Replicantes) e só então a trama tem início... Os dilemas morais acerca da vida desses Replicantes é o ponto alto do filme. Por que humanos e replicantes não podem coexistir?

Blade Runner dispensa comentários. Nesse filme temos efeitos especiais ainda incríveis aos olhos mesmo nos dias atuais. E tem mais, como protagonista, Hansolo!


1984 (Obra Literária)

Não deixarei essa resenha longa, pois tão importante é nineteen-eighty four que trarei uma postagem acerca desse tesouro muito em breve.
Caso queira entender o que de fato seja uma destopia, faça um favor a si mesmo e leia esse livro!
Winston Smith vive em um governo autoritário em constante guerra contra outras grandes potências. A vida não é nada fácil, inclusive quando se é monitorado 24hs por dia, seja no trabalho ou em casa. Tais medidas são fruto de um governo extremamente autoritário que visa com essas medidas limitar a expressão individual do povo. Daqui surgem intrigantes institutos como o Big Brother, Duplipensar, Novilingue, o poder do discurso nos regimes ditatoriais etc.

CURIOSIDADE: O programa de televisão Big Brother foi inspirado no 1984.

Não querendo me extender nessa lista que compõe exemplos do que sejam destopias (e algumas dando uma noção de cyberpunk), fica a dica para você leitor buscar pelo genial Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley; Cowboy Bebop, o Filme e outros tantos que facilmente poodem ser pesquisados com internet.

Na próxima postagem compararemos o Anime e o Mangá de forma bastante simples e detida, ou seja, SEM SPOILERS. Acompanhe a próxima postagem!
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Clovis de Castro escreveu o texto e teve por colaborador indireto Jordes Oliveira.

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